terça-feira, 27 de julho de 2010

Férias (para que te quero)

Férias é uma coisa engraçada. Quer dizer, engraçada não, curiosa. Quando você ainda está trabalhando/estudando, não vê a hora de chegarem os merecidos dias de descanso. Quando está quase lá, já entrou no ritmo de dormir tarde e sair com os amigos, mas ainda assim tendo que acordar cedo para cumprir os últimos dias de castigo... digo, de trabalho.

Aí, quando finalmente chega, você quer descansar? Não mesmo. Sair de casa é quase uma obrigação; só voltar para a cama quando os primeiros raios denunciam que você extrapolou um pouco. Recuperar o tempo perdido, você pensa. Seu café da manhã é o almoço, e a janta é a primeira Brahma Extra do conhecido bar. Sair de casa apenas com a certeza de que estar com seus amigos vai fazer valer à pena, mesmo que o programa pareça a maior furada do ano. Às vezes, a previsão negativa se confirma, mas na maior parte dos casos, você não se arrepende. Quer dizer, talvez você se arrependa de ter levado roupa demais, ou então não ter levado um casaco extra, ou ter bebido mais uma dose, ou menos uma. Mas isso faz parte da história.


Tem dia que todo mundo exagera. Mas tem dia que uns exageram mais que os outros, e é aí que mora o perigo. Por que no dia seguinte, alguns vão lembrar da hora em que o cara que bebeu meia garrafa de tequila foi dormir e depois não conseguia nem colocar o próprio tênis. Ou então do amigo que tentou, por engano, calçar um pé-de-pato ao invés do tênis e provocou risos intermináveis em todos que ouviram a história nos dias seguintes. Ou os dois amigos que, por razões circunstanciais, acabaram tendo que dormir na mesma cama, e ouviram brincadeiras e apelidos nos encontros posteriores. Sem comentar os fanfarrões que pularam fogueira e levaram montinho, quase fraturando algumas vértebras. Além do dia em que o irmão mais novo do amigo tentou acompanhar a galera nos trabalhos e acabou dando trabalho extra para a faxineira.


Mas não só bebedeiras e risos fazem os dias inesquecíveis. Tem aquele amigo que está indo viajar e vai ficar um tempo fora. Na despedida, o choro é inevitável. Alegria por ele, tristeza pela lacuna deixada. O momento é aliviado pela certeza de que o retorno promete experiências de sobra para preencher a lacuna.



Enfim, tem gente que está chegando, tem gente que está indo embora. Mas todo mundo volta, para nas próximas férias fazer tudo de novo, mais e melhor. Mais uma "férias" para colocar na minha coleção de "inesquecíveis". Obrigado à todos que fizeram dos dias comuns, dias memoráveis.